“A voz do Amado é reconhecida pela alma que O busca e tem intimidade com Ele na oração” (RVS, 34). Esta voz, manifestada no dia-a-dia mais na brisa leve que no trovão, tem a simplicidade e suavidade dos que são pequeninos, dos que não buscam grandes coisas para si, dos que não se elevam. Estes, por se saberem dignos de menos que nada, podem ouvir nítida esta voz suave, identificá-la e responder a ela com a própria vida, obedecendo quando ela diz: “Retorna! Vai agora amar teu irmão. Eu estou nele.”
Os que buscam o retumbar das grandes “consolações, do reconhecimento de si mesmos, do próprio engrandecimento, operam em decibéis mais elevados. Não ouvirão o murmúrio lindo e simples da brisa leve e suave. Permanecerão enganados em busca de si mesmos, incapazes de renunciar e amar, pois só ama quem deixou Deus fazer-lhe pequeno, quem tem as mãos feridas de cavar e a pele queimada de se expor pelo irmão. Este, ora para amar. Ele, verdadeiramente, mergulha nas profundezas da natureza de Deus!
“Ele colocou em meu coração uma tão grande sede de infinito,
Uma tão grande necessidade de amar
Que somente Ele poderá saciar-me.
Vou então em busca Dele,
Como uma pequena criança busca sua mãe,
Para que Ele me invada e me cumule de amor
Para que Ele me tome e me leve em seus braços
É preciso ser tão simples com o Bom Deus!”
(E. da Trindade)
É preciso ser tão simples com o Bom Deus!
É preciso amar, orar para amar, orar para amar!
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