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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

HUMANIZE-SE!



Por medo da vida, a moda agora é o desapego pra não sofrer com as perdas. Mas não temos noção de quanto essa ilusão de ser independente das pessoas pode nos fazer mal irremediavelmente. As vezes até sabemos das conseqüências, mas insistimos em fazer-nos de fortes, super-homens, invulneráveis a toda e qualquer hostilidade externa. Só que a maior ferida é feita, então, de dentro pra fora.
Estamos desacostumando-nos com pessoas nos amando de verdade. Nos iludimos com coisas que queríamos que fossem reais e ficamos perturbados para poder saber se aquelas palavras, aqueles gestos são verdadeiros ou não, e geralmente escolhemos a opção de bloquear o afeto e o sentimento recebido como forma de defesa.
Talvez, a dúvida sobre o sentimento das pessoas quanto a nós esteja no medo de se entregar demais, se baseando em experiências dolorosas, e depois ter de enfrentar a decepção, a rejeição, e o tão temido desapego, que se agrava, uma vez que apegado. Afinal, na lógica, quanto mais construirmos algo, mais coisas desabarão sobre nós, caso desmoronar. 
Maldito mecanismo de defesa, muito próximo à subsistência, mas que totalmente desnecessário quando deixamos DEUS cuidar dos nossos sentimentos. Acho incrível como JESUS se entregou aos seus sentimentos, e com que equilíbrio agiu no furor e na confusão que eles causam. JESUS chorou quando Lázaro morreu, sabendo que tinha o poder de trazê-lo mais uma vez à vida. JESUS é o mais humano dos humanos, e nos chama à experiência redentora de H U M A N I Z A R M O - N O S.
Seja real, alimente seu espírito, viva sua humanidade ao modo de JESUS. Chore quando tiver que chorar, grite quando as palavras pedirem mais escape do que elas expressam por si. Sinta o medo, a coragem. Alegre-se de verdade, e quando for pra ficar triste, não se prenda à idéia que um coração que ama a DEUS não se entristece, mas ao contrário, valorize as causas que te fazem sofrer e amadureça.
Acima de tudo, deixe-se amar! Vede que todo mundo tem o lado bom que sobrepõe a maldade dos homens, Perdoe, liberte-se do sentimento que tanto lhe pesa. Há tanta vida lá fora, tantas pessoas, tanta coisa a se viver, confie em si mesmo e em DEUS. Dê-lhe uma nova chance, deixe-se amar.

Só mais uma coisa: A vida é feita de escolhas. Quando você da um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás. Que DEUS abençoe suas decisões!

Seu irmão, Ferdy †M

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

' Blog da Ariane

Louvados sejam Nosso Senhor JESUS CRISTO e sua Mãe, Maria Santíssima!

Amados, venho contar a vocês uma novidade: a minha irmã Ariane voltou a escrever em seu blog! *-*

E já está arrasando nas suas postagens, e.. me comoveu.


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das minhas más paixões. Beijo a tua Cruz ...



Sentei hoje ao meu sofá com a companhia fiel da minha gata, com um bom copo de chocolate quente e coração carregado. Resolvi postar...Mas o que eu tinha para postar!? Tinha alguns relatos, algumas observações, nada muito grandioso ou que inflamasse a vontade de escrever. 

E dedilhando as unhas no estofado e ouvido a belíssima música da comunidade shalom (que esta postado no final do texto), senti o coração carregado; carregado de amor, de agradecimento e de dores das más paixoes ... que ainda persiste, e  serão curadas.

“Amar incondicionalmente”.


Não gosto de sentir saudade, nunca gostei e fui me privando desses momentos em que a vida lhe dá por um pequeno intervalo de tempo pois, me privei porque tinha um medo enorme de sofrer. Um medo de parecer infantil quando a porta se fechasse e eu, aos prantos, como uma menina debruçada em seu urso de pelúcia, choraria e sofreria com doses e doses do sentimento de perda e solidão.

Sempre tive medo do AMOR.

Mas não teve jeito. Demorei 23 anos para passar por toda dor que estava me aguardando. Vivi os momentos bons de ter esse amor humano... E logo depois desses bons momentos veio clímax das histórias de amor “O fim do conto de fadas”.
E foi ai que a velha menina que se privou anos a fio de sofre ... Sofreu com todo o direito e todas as possibilidades. 

Chorei, pestanejei, briguei, emagreci, viajei, e chorei de novo... E continuava a viver meu medo ... A SOLIDÃO.

Tinha saudades de ser importante, de ser vista por trás de todas as minhas precariedades. Com saudades do amor que cuida, zela que protege. Do amor que quer o bem... Que pergunta como foi seu dia. Que pergunta como quer seu café pela manhã. Tava com saudade da companhia. Das boas risadas... Do conhecer e ser conhecida.

Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. Jr 29; 11.

“Planos de paz e não de mal” Passamos por turbulência, por provações, por constante demonstração do que somos para sabermos o que pretendemos ser.

Eu, de um jeito simples e comum fui provada pelo meu SENHOR ...foi posto em meus caminhos dificuldades que só meu coração pode dizer. Dores que invadia a alma, lamurias que corroia o ser e na dor, na precariedade do meu ser na dúvida de quem eu era e de quem serei ...DEUS SE FEZ VERBO.

O Medo de AMAR ainda permanecia aqui. Medo de devotar-se tanto, de doação e em troca o nada. Mas foi na cruz que vi meu SENHOR JESUS ensangüentado , sofrendo, com dores mais terríveis as que meu coração passava, que minha alma carregava .

 Foi com olhar Misericordioso que o CRISTO abrandou meu coração ao dizer-me: 

Não tenhas medo eu estou contigo! Porque te AMO como jamais alguém ou algo há de amar. 

Quando tiver vontade de voltar atrás, força! Se agarre à minha Palavra! Eu sou a Palavra!
Permita que eu te fale ao coração, à sua alma!
Lembre-se que te amo, com amor perfeito! Pois sou o Amor!
E você valeu! E vale, cada gota do sangue que derramei por você!
Por esse pequeno tempo de caminhada, de contato de vivência que estou por acreditar e aceitar JESUS como meu Salvador, DEUS como meu único senhor. Tenho hoje força de me ergue para uma nova vida e acabo sendo fonte de força e de apoio... Estou longe de ser o que Deus pretende pra mim... Mas estou no caminho e quero caminhar! 

A vida de estar com o Senhor é vida de provações, de constantes esforços e dedicação. Mas hoje eu não sei mas o que seria de mim sem a presença dELE em minha vida.

Percebo hoje o quando amei de forma errada. 

Quanto tempo perdi me esquivando de amar ...Quanto tempo esperei para aceitar o PRIMEIRO AMOR.

Aprendi a AMAR, o amor sem amaras sem predileções, o amor que preenche e que ampara. Aprendi o que é amor incondicional ... AMOR DIVINO.
Esse vídeo foi passado pelo @ferdyfonseca - Obrigado amado! Obrigada por ser luz por onde passais!!



by: Ariane Poulain

domingo, 2 de outubro de 2011

' Oração ao Santo Anjo, de Santa Teresinha.

"Augusto Anjo da minha alma, que perto do Trono do Eterno, brilhas no belo céu como uma chama delicada e pura, tu vens a mim nesta terra e iluminas-me com tua luz.
Anjo belo, te tornaste meu irmão, meu amigo e meu consolador. Conhecendo minha grande fraqueza, conduze-me pela mão. E te vejo, cheio de ternura, tirar a pedra do caminho. Sempre, tua voz amável me convida a olhar somente para os céus.
Ó tu, que percorres o espaço mais veloz que os raios, voa amiúde, em meu lugar, àqueles que me são caros! Com tua asa enxuga suas lágrimas!
Canta como JESUS é bom! Canta como o sofrer tem alegrias! Quero em minha curta vida, salvar meus irmãos, os pecadores.
Ó belo mensageiro da pátria celeste, dá-me teu ardor! Nada tenho senão minhas oferendas e minha singela pobreza. Unidas com as tuas glórias puras, leva-as ao DEUS Trino. Amém."

' Santa Teresinha e os Santos Anjos .

SANTA TERESINHA E OS SANTOS ANJOS

            Santa Teresinha de Lisieux tinha uma devoção particular aos Santos Anjos, que combina muito bem com o seu pequeno caminho. Não foi o próprio Senhor que aliou a presença e o cuidado dos Santos Anjos à infância espiritual ao ensinar: "Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque Eu vos digo que seus Anjos no Céu contemplam sem cessar a Face de Meu Pai que está nos Céus" (Mt 18,10)? Ao examinarmos o que Santa Teresinha diz sobre os Anjos, não devemos esperar um tratado detalhado, é mais uma "melodia" que nasce do seu coração.
            Os Santos Anjos faziam parte da sua vida desde a mais tenra infância.
Já aos nove anos, antes da sua primeira Comunhão, Teresinha se consagrou aos Santos Anjos como membro da Irmandade dos Santos Anjos: "Consagro-me solenemente ao vosso serviço. Na presença de Deus, da bem-aventurada Virgem Maria e das minhas companheiras, prometo guardar a fidelidade e esforçar-me para imitar as vossas virtudes, especialmente o vosso zelo, a vossa humildade, obediência e pureza". Sendo ainda aspirante, havia rezado: "Prometo venerar especialmente os Santos Anjos e Maria, sua augusta Rainha... Com toda diligência quero me esforçar para emendar minhas faltas, adquirir as virtudes e cumprir meus deveres escolares e cristãos". Os membros dessa Associação cultivavam também uma devoção especial ao Anjo da Guarda, ao qual rezavam: "Santo Anjo de Deus, príncipe do céu, sois um vigilante guarda e amoroso pastor. Alegro-me com as múltiplas perfeições com as quais Deus vos criou. Alegro-me por terdes sido santificado por Suas graças e coroado de glória em recompensa da fidelidade em Seu serviço. Deus seja eternamente louvado por todos os benefícios que Ele vos dispensou. Sede também vós louvado por todo o bem que nos fazeis! Dou-vos o meu corpo, minha alma, minha memória, minha inteligência, minha fantasia e minha vontade. Regei-me, iluminai-me, purificai-me e disponde de mim segundo o vosso agrado" (Manual da Associação dos Santos Anjos, Tournai).
            Só o fato de, como criança, ela fazer essa consagração e rezar essas orações, evidentemente não significa ainda que os Santos Anjos formam uma parte da doutrina espiritual da futura Doutora da Igreja. Porém, depois de amadurecer, não somente voltou com alegria a essas consagrações, mas entregou-se, de diversas formas, aos cuidados dos Santos Anjos, como veremos mais adiante. Isso mostra quanta importância ela dava a essa ligação com os Santos Anjos. Na História de uma alma, ela escreve: "Quase imediatamente depois da minha entrada no colégio das freiras, fui recebida na Associação dos Santos Anjos; amava as devoções que ela prescrevia, porque me sentia atraída pela invocação dos Espíritos celestes, principalmente daquele que Deus me deu como companheiro do meu exílio" (História de uma alma, cap. IV, 40v).


O SANTO ANJO DA GUARDA
            Teresinha cresceu numa família que venerava muito os Santos Anjos. Em diversas ocasiões seus pais falavam espontaneamente sobre eles (cf. História de uma alma, cap. I, 5; Carta 120). Também Paulina, sua irmã mais velha, assegurava-lhe diariamente que os Anjos estariam com ela para vigiar e protegê-la (cf. História de uma alma, cap. II, 18 v). Na sua peça teatral, A fuga para o Egito, ela entra em aspectos importantes da missão do Anjo da Guarda. A bem-aventurada Virgem diz a Susana, esposa de um bandido e mãe do pequeno Dimas que sofre de lepra: "Desde seu nascimento, Dimas é acompanhado sempre por um mensageiro celeste que nunca o abandona. Assim como ele, vós também tendes um Anjo encarregado de vos guardar, dia e noite; ele é quem vos inspira bons pensamentos e as ações virtuosas". Susana responde: "Ninguém, além de vós, inspirou-me bons pensamentos e ainda não vi o mensageiro do qual me falais". Maria assegura-lhe: "Bem sei que nunca o viste, porque o Anjo ao teu lado é invisível, todavia, ele está aí e é tão real como eu mesma. É graças às suas inspirações celestes que sentistes o desejo de conhecer a Deus e de vê-l'O aproximar-Se de vós. Todo o tempo do vosso exílio na terra, essas coisas serão mistério para vós, mas quando o tempo acabar, vereis o Filho de Deus na Sua majestade, vindo sobre as nuvens do Céu acompanhado de todas as Suas legiões de Anjos" (2o Ato, Cena 6). Desta forma, Teresinha nos dá a entender que, durante a sua "carreira" de bandido, o Anjo de Dimas guardou-lhe fidelidade e ajudou-lhe a reconhecer finalmente a Divindade de Cristo na Cruz e a ter ânsia de ir para Deus, de maneira que, no último momento, com a ajuda do Santo Anjo ele conquistou o Céu e se tornou o Bom Ladrão.
            Procurava a orientação e a proteção do Anjo da Guarda na sua vida pessoal para não cair em pecado: "Anjo da minha Guarda, cobre-me com as tuas asas, clareia com teus fogos a estrada que sigo; vem dirigir meus passos e auxiliar-me, te peço, agora no presente". "Ó meu Santo Anjo da Guarda! Cobri-me sempre com vossas asas para que eu jamais tenha a infelicidade de ofender a Jesus" (Poesia5, versículo 12 e Oração 5, versículo 7v). Confiando na íntima amizade com seu Anjo, Teresinha não temia pedir-lhe grandes graças. Assim, ela escreveu ao seu tio que estava de luto pela morte de um amigo: "Confio-me ao meu bom Anjo, penso que um mensageiro celeste vai se ocupar do meu recado, envio-o junto do meu caro tio, para derramar o consolo no Seu coração, tanto quanto pode a nossa alma conter neste vale de exílio..." (Carta 59, 22 de agosto de 1888). Da mesma forma, ela podia mandar o seu Anjo ao santo Sacrifício da Missa que seu irmão espiritual, Pe. Roulland, missionário na China, celebrava para ela: "No dia 25 de dezembro, não deixarei de enviar o meu Anjo a fim de que coloque as minhas intenções junto à hóstia que será consagrada por vós" (Carta 201, 1o de novembro de 1896).



UNIDA AOS ANJOS
            Santa Teresinha não procurava nem visões nem consolações: "Como sabeis, o meu pequeno caminho consiste justamente nisso que não se procura ser alguma coisa. Sabeis bem o que disse tantas vezes a Deus, aos Anjos e aos Santos: que não tenho o desejo de vê-los no aquém ..." (O Caderno Amarelo, 4 de junho de 1897). "Também nunca desejava ter visões. Na terra, não se podem ver os Anjos como são. Prefiro esperar até a minha morte" (idem, 5 de agosto de 1897). Não lhe parecia ser uma coisa extraordinária ficar, muitas vezes, sem consolo na Santa Comunhão. "Não posso dizer que nas minhas ações de graças tenha recebido muitas consolações. Talvez sejam os momentos em que menos sinto consolo... Isto me parece muito natural porque me ofereci a Jesus não como alguém que deseja receber a Sua visita para a própria consolação, mas antes para a alegria d'Aquele que Se dá a mim" (Manuscritos autobiográficos, p. 179). Como ela se preparava para a vinda do Senhor na Santa Comunhão? Continua relatando: "Imagino minha alma como uma área livre, e peço à Santíssima Virgem remover todo o entulho que a impediria de ser livre. Depois, suplico-lhe que ela mesma levante ali uma ampla tenda digna do Céu, e a adorne com seus próprios ornamentos. A seguir, convido todos os Santos e Anjos a vir e executar um grandioso concerto. Ao que me parece, quando Jesus desce ao meu coração, fica contente por se ver tão bem recebido, de minha parte eu também fico contente..." (idem). Também os Anjos alegram-se com essa ceia nupcial que nos constitui como 'seus irmãos'.
            Teresinha não se contentava só com a ajuda dos Anjos, desejava também a sua amizade e uma participação muito íntima na grandeza do seu amor a Deus. Ela desejava ser adotada como filha, como exprime na oração: "Ó Jesus, sei que 'amor só com amor se paga'. Por isso, procurei e encontrei um meio de consolar meu coração, retribuindo-Te amor com amor. ... Lembrando-me da súplica de Eliseu a seu Pai Elias, quando se animou a pedir-lhe seu espírito em dobro, apresentei-me diante dos Anjos e Santos e falei-lhes: 'Sou a mínima das criaturas, conheço minha miséria e fraqueza, mas sei também quanto os corações nobres e generosos gostam de fazer algum bem. Suplico-vos, portanto, bem-aventurados Moradores do Céu, adotai-me como filha. Para vós, unicamente,será a glória que me fizerdes adquirir. Dignai-vos, porém, atender minha súplica, que é ousada, bem o sei, mas ainda assim tenho a audácia de vos pedir que me obtenhais vosso amor em dobro" (Manuscritos Autobiográficos, p. 202). Santa Teresinha não somente aproveitou a intercessão e o auxílio dos Anjos, mas até chegou a 'exigir' uma participação na santidade deles a fim de que pudesse crescer nela. Suplicava também a seu Anjo da Guarda: "Ó belo Anjo da pátria, dai-me o vosso zelo! Não tenho nada a não ser os meus sacrifícios e a minha pobreza. Com a vossa bem-aventurança, oferecei-os à Santíssima Trindade!" (Poesia 46: "A meu Anjo da Guarda").
            Teresinha sentia-se profundamente ligada aos Anjos através da sua consagração religiosa. "A castidade faz-me irmã dos Anjos, dos espíritos puros e vitoriosos" (Poesia 48: "Minhas armas"). Os Anjos apreciam muito os consagrados a Deus devido à sua relação esponsal com Cristo - na qual toda alma pode participar. Por ocasião da sua Profissão Religiosa, a nossa Santa escreveu para a Irmã Maria Madalena do Santíssimo Sacramento: "Hoje, os Anjos têm inveja de vós, Maria, por causa da vossa felicidade de ser noiva do Senhor, o que os Anjos também gostariam de ser" (Poesia 10: "História de uma pastora que se tornou rainha").

O SOFRIMENTO E OS ANJOS
            Teresinha tinha consciência da diferença entre Anjo e homem. Pensar-se-ia que ela teria inveja dos Anjos, mas é o contrário! Ela tinha entendido a grandeza da Encarnação."Quando vejo o Eterno envolvido em paninhos e ouço o fraco choro desse Verbo divino, ó Mãe querida, não invejo mais os Anjos, porquanto o Onipotente é meu amado Irmão! ..." (Poesia 54: "Porque eu te amo, Maria"). Também os Anjos compreendem profundamente o alcance da Encarnação e teriam, se fosse possível, inveja de nós pobres criaturas de carne e sangue. Num teatro natalino, no qual ela dá nomes aos Anjos conforme suas tarefas em relação a Cristo - por exemplo, o Anjo do Menino Jesus, o Anjo da Sagrada Face, o Anjo da Eucaristia - ela coloca na boca do Anjo do Juízo Final o canto: "Diante de Ti, doce Criança, o Querubim se inclina! Admira, espantado, Teu inefável amor. Quer, como Tu, sobre a sombria colina poder um dia morrer!" Então todos os Anjos cantam o estribilho: "Como é imensa a alegria da humilde criatura. Nos seus arrebatamentos os Serafins desejam deixar, ó Jesus, a angélica natureza, e fazer-se criança!". (Os Anjos no presépio, cena final). Aqui nos deparamos com o motivo da estima de Santa Teresinha para com os Anjos, isto é: sua 'santa inveja' em relação aos homens, pelos quais o Filho de Deus Se fez homem e morreu.
            Na poesia em honra de Santa Cecília, um Serafim explica esse mistério a Valeriano da seguinte forma: "Eu me abismo em Deus, Seus encantos contemplo, mas não posso imolar-me nem sofrer por Ele. Não posso Lhe ofertar nem lágrimas nem sangue; apesar de todo meu amor, não posso morrer... A pureza de um Anjo é a herança luminosa de uma felicidade imensa que não passa, mas neste ponto, sim, vós venceis os Serafins: sois puros e, além disso, ainda podeis sofrer" (Poesia 3: Santa Cecília).
            Mais adiante, Jesus Se dirige a um Anjo com as seguintes palavras cheias de luz e consolo: "Ó tu! que quiseste na terra compartilhar Minha cruz, Minha dor; belo Anjo, escuta este mistério: toda alma padecente é irmã tua. No Céu, o brilho do seu sofrimento virá também na tua fronte recair, e o brilho da tua pura essência iluminará o mártir!" (Os Anjos no presépio, Cena 5,10-11).      Portanto, no Céu, Anjo e homem terão comunhão, parte e alegria com a glória do outro. Assim, na economia da salvação existe uma maravilhosa e íntima comunhão de pessoas.

A SUA MISSÃO NO CÉU E NA TERRA
            Aproximando-se da morte, Santa Teresinha confessou: "Sinto que vou entrar no repouso... Mas sinto principalmente que minha missão vai começar; minha missão de fazer com que amem o bom Deus como eu O amo; de dar às almas a minha pequena via. Se o bom Deus realizar os meus desejos, meu Céu se passará na terra, até o fim do mundo. Sim, quero passar o meu Céu fazendo bem sobre a terra. Não é impossível, pois na própria visão beatífica os Anjos velam por nós" (O Caderno Amarelo, 17 de julho de 1897). Assim vemos qual concepção da sua missão celestial ela tinha, à luz do serviço dos Anjos.
            Ao Pe. Roulland ela escreve: "Ah! Meu irmão, sinto, ser-vos-ei muito mais útil no Céu do que sobre a terra e é com felicidade que venho anunciar-vos meu próximo ingresso nessa bem-aventurada Cidade, certa de que compartilhareis da minha alegria e agradecereis ao Senhor por dar-me os meios para ajudar-vos mais eficazmente nas vossas obras apostólicas. Não pretendo ficar inativa no Céu, meu desejo é continuar trabalhando para a Igreja e as almas. Peço isto a Deus e tenho certeza que Ele atenderá meu pedido. Sem que cessem de ver a divina Face, perdendo-se no Oceano infinito do Amor, os Anjos não se ocupam de nós continuamente? Por que Jesus não me permitiria imitá-los?" (Carta 254, 14 de julho de 1897).

PENSAMENTO FINAL
            Vejamos o pequeno caminho de Santa Teresinha na luz dos Anjos! Os Anjos constituem um elemento importante da sua vida interior. Eles eram seus companheiros e irmãos, sua luz, sua força e sua proteção no caminho espiritual. Podia contar com eles, os servos fiéis de nosso Senhor Jesus Cristo.            A eles, Teresinha tinha se consagrado quando era criança, e a eles se confiava como filha espiritual quando já adulta. Santa Teresinha é uma estrela que guia os membros da Obra dos Santos Anjos porque, se não nos tornarmos como crianças - e essa é a essência do pequeno caminho - nunca chegaremos a uma relação verdadeiramente íntima com os Santos Anjos. Só nesse caminho poderemos cumprir a nossa missão no serviço de Cristo e da Sua Igreja em união com os Santos Anjos.